A história do cão Hachiko: o melhor amigo da nação

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O cruzamento de Shibuya (渋谷) é um dos mais movimentados do mundo e milhares de pessoas passam por ali diariamente. No meio desse caos organizado, há uma estátua – mas não é uma estátua qualquer. É a do cachorro mais famoso do Japão, Hachikō (ハチ公). Existem diversas estátuas dedicadas ao cão Hachikō, sendo esta a mais conhecida.

No Japão da década de 1930, Hachikō passou quase 10 anos esperando seu dono voltar do trabalho e por conta disso, ele se transformou em símbolo de lealdade e fidelidade na cultura japonesa. O famoso cachorro também é conhecido em japonês como 忠犬ハチ公 (chuuken hachikō), que pode ser traduzido como ‘fiel cão Hachikō’.

Hoje, ele continua sentadinho olhando para a estação de Shibuya, onde diversos turistas e moradores passam todos os dias – seja para tirar fotos com ele ou para usar como ponto de encontro.

História do cão Hachikō

Para aqueles que não estão familiarizados com a história de Hachikō, ele era um cachorro da raça Akita e era o animal de estimação do professor Hidesaburo Ueno (上野 英三郎) da Universidade de Tóquio.

Todos os dias, Hachikō saía de casa sozinho e ia até a estação de Shibuya para esperar o seu dono retornar do trabalho. O tradicional cotidiano foi interrompido quando Hidesaburo teve um derrame e veio a falecer, enquanto trabalhava na universidade. E foi aí que o fato marcante ocorreu. Após a morte de seu dono em 1925, Hachikō retornou à estação de trem de Shibuya no dia seguinte, como de costume, e todos os dias depois disso pelos anos seguintes, até sua morte em março de 1935.

A estátua que existe hoje em Shibuya foi construída em 1948 e já é uma segunda versão, já que a primeira foi derretida durante a Segunda Guerra Mundial para que o material fosse usado na construção de armas.

Alta popularidade

Bem depois de sua morte, Hachikō continua a ser lembrado na cultura popular mundial, com estátuas, filmes, livros e produtos diversos.

Em 1987, foi lançado nos cinemas japoneses o filme “Hachikō Monogatari” (ハチ公物語), contando a famosa história do cachorro. Menos conhecido no Ocidente e sem lançamento oficial no Brasil, fica mais difícil achá-lo em terras brasileiras. Já no Japão, o filme está disponível na Amazon Prime Video.

Em 2009, foi lançado o remake do filme nos Estados Unidos com o título “Hachi: A Dog’s Tale” (“Sempre ao Seu Lado”, na versão brasileira), contando a história de Hachiko transferida para Rhode Island, nos Estados Unidos. Se você está no Japão, é possível assistir ao filme com áudio em inglês e legendas em japonês, ótimo para estudantes do idioma. Infelizmente, no Brasil, o serviço de streaming só disponibiliza legendas em português e espanhol.

Em 19 de maio de 2012, uma estátua de bronze de Hachikō foi colocada no depósito de trens de Woonsocket Depot Square, em Rhode Island, onde “Hachi: A Dog’s Tale” foi filmado.

Em 9 de março de 2015, para homenagear os 80 anos da morte do Hachikō, a Faculdade de Agricultura da Universidade de Tóquio revelou uma estátua de bronze mostrando o cão Hachikō e Hidesaburo se encontrando. Esculpida por Tsutomu Ueda, a nova estátua retrata um cachorro animado, diferente da versão mais séria localizada em Shibuya. Para conhecer a estátua, basta visitar o campus Yayoi da Universidade de Tóquio, localizado em Bunkyo-ku.

Hachikō nos dias de hoje

Atualmente, Hachikō ainda vive, mas agora em forma de bonecos, adesivos, bichos de pelúcia, biscoitos e até cerveja, e pode ser encontrado de todas formas e tamanhos em lugares como lojas de departamento, lojas de souvenirs e papelarias.

No Japão, é comum que atrações turísticas, empresas e até cidades inteiras tenham mascotes, e com Hachikō não poderia ser diferente. A loja de departamento Tokyu, localizada na estação de Shibuya, lançou o mascote Toyoko Hachiko em 2014 e o simpático mascote aparece de vez em quando para os visitantes.

Em 2003, o distrito de Shibuya iniciou novas rotas de micro-ônibus (oficialmente chamadas de ‘ônibus comunitário’) na área e as apelidou de ‘Hachiko-bus’ (ハチこうバス), decorado com imagens do famoso animal.

Por conta disso tudo, o fiel cachorro pode até ser considerado um verdadeiro herói para o Japão. E para encontrar o que resta do verdadeiro cão Hachiko, suas cinzas estão ao lado das do seu dono, Professor Ueno, no cemitério Aoyama, enquanto sua pele foi montada em uma versão empalhada e está em exibição permanente no Museu Nacional da Ciência em Ueno, ambos em Tóquio.

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